sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

A UE ENDIVIDA-SE PARA CONTINUAR A GUERRA

 

João Gomes

(publicado no Facebook)

A UE PROCLAMA-SE INCAPAZ DE DIPLOMACIA

A União Europeia acordou mais uma vez com a clarividência típica de quem corre em direção ao precipício e, para ganhar velocidade, decide fechar os olhos. Incapaz de usar os ativos russos que tanto apregoa como moralmente confiscáveis, mas juridicamente intocáveis, a UE encontrou a solução que melhor domina: endividar-se. Não para investir, não para proteger os seus cidadãos, mas para garantir que a guerra continue - mesmo quando já ninguém sabe exatamente com que objetivo final.

É a consagração da fuga para a frente como política oficial. Se a estrada acaba, acelera-se. Se o mapa falhou, rasga-se o mapa. Se a diplomacia exige trabalho, paciência e risco político, então escolhe-se a alternativa mais confortável: emitir dívida, assinar comunicados solenes e declarar vitória moral enquanto a realidade se afasta.

A Europa, outrora apresentada como projeto de paz, assume agora com notável honestidade involuntária que não sabe - ou não quer - negociar. A diplomacia foi substituída por folhas de Excel, onde se empilham números que não matam ninguém diretamente, mas empobrecem silenciosamente milhões. É uma guerra financiada a crédito, paga em prestações pelos cidadãos que nunca foram consultados, mas que verão os seus serviços públicos emagrecerem com rigor germânico.

O raciocínio é de uma elegância quase poética: contrai-se dívida hoje, para ser paga amanhã, com reparações de guerra que só existirão se a Rússia perder uma guerra que, no terreno, não está a perder. É o equivalente geopolítico de comprar uma casa contando com o prémio de um Euromilhões que ainda não saiu - e chamá-lo prudência orçamental.

Entretanto, os europeus são convidados a compreender. A compreender a degradação dos serviços de saúde. A compreender a erosão do poder de compra. A compreender que não há dinheiro para salários, habitação ou transição ecológica, mas há sempre margem para mais uma tranche de “apoio essencial”. A guerra tornou-se o único investimento que nunca exige retorno, apenas fé.

Esta decisão não é coragem; é incapacidade estratégica disfarçada de virtude. Não há plano de paz, não há arquitetura de segurança futura, não há sequer uma definição clara de vitória. Há apenas a insistência quase infantil de que parar seria admitir erro - e isso, em Bruxelas, é mais impensável do que empobrecer uma geração inteira.

A UE não está a financiar a vitória da Ucrânia; está a financiar a sua própria recusa em aceitar os limites do poder. Cada novo empréstimo é um passo adicional nessa marcha sonâmbula, onde se confunde persistência com lucidez e moral com teimosia. A guerra, mesmo perdida, tornou-se estrutural - porque parar implicaria pensar.

No fim, talvez seja esta a verdadeira proclamação europeia: não sabemos fazer paz, mas sabemos perfeitamente quem vai pagar a guerra. E enquanto os cidadãos apertam o cinto, Bruxelas aperta os juros, convencida de que a História perdoa sempre quem escreve cheques - mesmo quando estes regressam sem cobertura.

João Gomes

 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

O algodão não engana

Ouvem-se as botas cardadas dos neofascistas da UE, a honestidade intelectual é assassinada no cadafalso das suas patranhas; o  Coronel Jacques Baud foi barbaramente sancionado:

Jacques BAUD: ex-coronel do exército suíço; ex-analista estratégico, especialista em inteligência e terrorismo. Fonte oficial AQUI

"A UE decretou uma pena que corresponde a uma espécie de morte civil e económica (perda de acesso aos cartões de crédito bancários, impossibilidade de viajar dentro da UE ou sequer de atravessar o seu território...) contra 12 cidadãos europeus, entre os quais o coronel Jacques Baud, ex-membro dos Serviços de Informações da Suíça e autor de vários livros sobre a guerra da Ucrânia, além de ter trabalhado durante cinco anos nos serviços de Inteligência da NATO/OTAN e na ONU em 2014 no controlo de armamento na Ucrânia e também em África em missões de apaziguamento de conflitos.”

A decisão do Conselho da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, tomada sem apelo nem agravo, não concede qualquer direito às pessoas condenadas por delito de opinião, concretamente, por pensarem de modo diferente da narrativa oficial que veicula a ideia de uma guerra generalizada contra a Rússia.
Não podem defender-se, não são chamadas a nenhum tribunal, não podem recorrer a nenhuma instituição de apelo, não podem solicitar qualquer espécie de indemnização.


“Sim, fui sancionado por ‘propaganda russa’. O fato de eu nunca usar material russo em meus livros, baseando-me exclusivamente em informações ucranianas e ocidentais, e de, consequentemente, ter recusado convites de veículos de comunicação russos, ainda me torna um ‘propagandista russo’! Como afirmei em meus livros, meu trabalho não se trata de quem é bom e quem é mau, mas de como a mídia distorce a realidade no terreno. Eu queria mostrar que é possível compreender melhor o conflito mesmo sem informações russas. A ideia é que a forma como entendemos uma crise define como a resolvemos! Eu não tinha me dado conta de como estava certo.” Jacques BAUD

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

E se a metêssemos num colete de forças?


(La  Edad de La Ira de OSWALDO GUAYASAMÍN)

Compreende-se, os hospícios também estão disfuncionais, mas pelo menos e enquanto não conseguirem internamento vistam-lhe uma camisa de forças, a Paula instrumento deste governo é um buldózer descontrolado, um susto. 


quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

A ignomínia

 A ignomínia impõem-se de tal modo, que os trabalhadores não conseguem sair do limiar da pobreza, descendo à degradante exclusão social.

Mas os belicistas desenvolvem negócios chorudos fabricando inimigos e propalando o medo.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Pergunto

 Qual será a importância que têm os trabalhadores para que os que se aproveitam do seu suor se sintam tão preocupados com a anunciada GREVE GERAL?


domingo, 30 de novembro de 2025

Notícias do dia

596 drones e 36 mísseis atingem Kiev e matam 4 pessoas ferindo11, na Califórnia EUA, em festa familiar num tiroteio morrem 4 pessoas ferindo 10.

É tão perigosa uma guerra declarada quanto um conflito social latente.

De acordo com as Forças Armadas ucranianas, o ataque noturno da Rússia foi de 596 drones e 36 mísseis de diferentes tipos. (EURO news.)

“Pelo menos uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas no sábado à noite perto da capital ucraniana, Kiev, em consequência de um novo ataque com drones France-Presse (AFP).”

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Quatro mortos após 14 pessoas baleadas numa reunião de família na Califórnia. Lusa 30 de Novembro de 2025,

há 12 horas — Um ataque a tiros em uma festa infantil em Stockton, EUA, resultou em quatro mortos e dez feridos, incluindo menores de idade, no sábado (29). ...

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Criminosos

Há os que matam a tiro, mas estes genocidas do clã de Belém sucursal de Bruxelas, sonegam-nos os meios indispensáveis para sobrevivermos, são mais sádicos, mas dão-nos rosas brancas para as cerimónias fúnebres. Há, no entanto, masoquistas que os acarinham.



terça-feira, 25 de novembro de 2025

A euforia

Liguei a televisão, as primeiras imagens despoletaram-me enorme emoção, a parada militar excedia as comemorações de Pequim e Moscovo e a enorme multidão num entusiasmo incontido subiu para os chaimites gritando “25 de Novembro, nunca, fascismo nunca mais”, no palanque presidencial as ministrais figuras choravam como quem corta cebola, o Presidente patrão das Forças Armadas assoava-se. A repórter de serviço noticiava que havia muitos turistas, entrevistando alguns e ao descerem do estrado os governantes esgueiraram-se ao serem entrevistados, sentia-se manifesto desconforto.

O primeiro acto do espetáculo não foi animador, a comédia fracassou.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Procurei

Procurei

“O triunfo da reação é moralmente impossível”

Benito Juárez

Procurei poemas de louvor ao 25 de novembro, procurei manifestações populares de regozijo por essa efeméride que uns tantos, não tontos, procuram comemorar, procurei canções, melodias de júbilo que dessem um pouco de alegria a esse dia cinzento-escuro, procurei escritores que nos seus textos exaltassem a data nado-morta, tísica flor estéril e de fétido odor.

A criatividade repele a data invernosa, a sensibilidade não encontra nela o mínimo sentido e na história já lhe abriram a sepultura.

O 25Abril não é só uma efeméride, é muito, muito mais, o 25Abril é emoção banhada por lágrimas de júbilo, clímax da alegria na libertação de um povo.

 


terça-feira, 18 de novembro de 2025

O invierno em Gaza: a crise humanitaria que o mundo ignora .

Pataca a mim, pataca a ti e a mim pataca

Álvaro Santos Pereira recebe mensalmente, como governador do Banco de Portugal, 19.496,39 €, [e 0,39 cêntimos] o equivalente a 22 salários mínimos. Os restantes administradores, na foto, ganham “só” cerca de 17 mil. Qualquer um deles ganha mais do que o Presidente da Reserva Federal Americana. Motorista e carro de alta cilindrada, cartões de crédito e todas as mordomias devidas a suas excelências, além de muitos salamaleques. A vida não está a correr mal… para alguns.

 

terça-feira, 11 de novembro de 2025

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

O foguetório

Alex Soros, filho do bilionário de “esquerda” George Soros, saudou nesta terça-feira a eleição do “socialista” Zohran Mamdani, o novo governador da cidade de Nova York.

“Tão orgulhoso de ser um nova-iorquino! O sonho americano continua! Parabéns, Zohran Mamdani”, escreveu Soros, compartilhando uma foto com Mamdani.

Os zés pereiras da mass media ribombam o acontecimento: “um socialista em Nova Iorque!”. Entre vários males escolhe-se sempre o menor, mas a experiência obriga-nos a não entrar em euforias, os Soros sabemos bem quem são e a Open Society University Network (OSUN), é um novo modelo de ensino superior global que neutralizará monoculturas intelectuais, está espalha por todo o mundo e, obviamente, não nos esqueceu, mas por aqui na corrida entre Soros e Bannon é este último que leva o facho.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Réquiem para o SNS

 
 

Portugal foi um dos países onde a emigração de enfermeiros para os Estados-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mais aumentou. Em 2020, 15.418 enfermeiros portugueses trabalhavam fora, um crescimento de 568% face a 2000 (quando eram apenas 2310).